terça-feira, 18 de maio de 2010

JOSÉ MEGRE, UM VERDADEIRO VIAJANTE, FALECEU!


No passado mês de Fevereiro, a Megre Motorsport apresentou o livro "Como eu vi todos os países do mundo ...menos um" de autoria de José Megre.

Um livro com 544 páginas profusamente ilustradas, onde o autor comenta a sua passagem pela totalidade dos países do Mundo, exceptuando o Iraque, viagem que José Megre já não conseguiu efectuar, apesar de por várias vezes ter estado agendada.

Conhecido como o “Pai do Todo o Terreno” em Portugal, José Megre começou a viajar de automóvel no estrangeiro com 13 anos, na altura com os pais, e nunca mais parou. Atravessou 15 vezes o deserto do Sahara, em seis itinerários diferentes, cruzou a Europa e a Ásia por três vezes, fazendo duas travessias entre o Atlântico e o Pacífico, uma no rali Paris Paris-Pequim, outra no comboio Transiberiano e ainda outra que o levou de Lisboa à Índia, Nepal, Butão e Tibete de automóvel.
Nos dois continentes americanos, atravessou por duas vezes os Estados Unidos e uma vez o Canadá, ambos de costa a costa. Percorreu também todos os países da América Central e, por quatro vezes, a América do Sul em viagens sempre por itinerários diferentes. Deslocou-se à Antárctida, no navio Explorer e percorreu cerca de 20 000 quilómetros na Austrália.

José Megre (1942 –2009)

Nascido a 26 de Março de 1942, em Lisboa e formado em engenharia mecânica, José Megre desde cedo se começou a interessar por automóveis.
Depois de efectuar um Curso de Engenharia Mecânica, com especialização em Automóveis, em Londres (1963-66), José Megre decidiu participar em diversas competições automóveis tendo, nos anos 70, disputado três provas do Campeonato do Mundo de Ralis.
A partir de 1982 passou a dedicar-se quase exclusivamente à disciplina de todo o terreno, sendo de destacar as participações pioneiras no Dakar, ao volante dos UMM de construção portuguesa. Participou ainda no Rali Paris Cidade do Cabo e no Paris-Moscovo-Pequim.
Como organizador foi o responsável pelo lançamento da Maratona de Portalegre, em 1987, e da Baja Portugal, em 1988, prova que é hoje conhecida como Rali Transibérico, a mais importante competição europeia da modalidade, integrando a Taça do Mundo. Dentro do leque de organizações que levou a cabo, incluem-se ainda as 24 Horas de TT e o Transportugal.
A partir de 1987 foi o responsável pela criação e organização de várias expedições intercontinentais em África, Ásia e Américas, todas elas com um mínimo de 15 mil quilómetros. Foi o sócio número 1 e co-fundador do Clube Todo o Terreno, criado em 1982, e o presidente e co-fundador do Clube Aventura, iniciado em 1984.
Viajante compulsivo, esteve em 193 dos 194 países soberanos reconhecidos no planeta - só lhe faltava o Iraque. De notar que, as viagens de José Megre não eram feitas unicamente para conseguir o carimbo no passaporte. A sua norma era fazer vários quilómetros de modo a conhecer o melhor possível os países por onde passou, tendo percorrido cerca de um milhão de quilómetros em automóvel fora de Portugal. Mesmo nas últimas viagens que fez a países fechados ao turismo, alguns dos quais bastante instáveis e com restrições à circulação, percorreu de automóvel várias centenas de quilómetros em cada um.

José Megre organizou e participou em inúmeras expedições para viaturas 4X4, na Europa, Africa, Ásia e Américas, com extensões que variaram entre 10 a 25.000 quilómetros.

- Lisboa – Bissau (1990, 1992)
- Bissau – Lisboa (Patrol Ténéré 1991)
- Lisboa – Cidade do Cabo (1992)
- Capetown – Nairobi – Turkana (1997)
- New York – Los Angeles (TansAmérica 1993)
- América do Sul (Terrano II Sul América 1993, 1994)
- Lisboa – Katmandu – Goa (Nissan – Caminhos da Ásia, 1996)
- Guatemala – Panamá (1996)
- Caracas – Rio de Janeiro (1996)
- Ushuhaia – Buenos Aires (1997)
- Bombaim – Butão – Nepal – Tibete (Terrano II Tibete, 2001)
- Oklahoma City Seattle (2001)
- Vancouver – Quebec Transcanada (2001)
- Lisboa – Líbia (Tripoli – Ghat) – Lisboa (2006)
- Lisboa – Nouakchot – Lisboa (2006)
- Lisboa – Maputo (2007)
- Arábia Saudita (2007, 2008)

(Press Megre Motorsport / A2 Comunicação)

Apesar de tardia, não posso deixar de testemunhar a minha admiração para com este 'Viajante' que, como já foi referido, só não passou pelo Iraque. Para mim é uma referência, um farol. Tenho a certeza de que nunca conseguirei ser um Homem Global como ele foi, mas terei sempre como objectivo conhecer o máximo possivel. José, desejo que, por onde tu andes, continues a percorrer os caminhos do novo e do desconhecido. Bem hajas!

1 comentário:

  1. Um bem haja pela homenagem aqui prestada ao José Megre. Um Homem com H grande!

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